quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Eu não sou mais você, nem eu.

É eu já estive aqui.
Sentado nesta mesma cadeira branca.
Nessa mesa cheia de tranqueiras.
Com o cigarro queimando.
Com CD's jogados.
E você piscando na tela.

E no fim, pra que?

Eu já sei aonde eu vou terminar nesta história toda.
No mesmo lugar de sempre. Nesta cadeira branca. De plástico.

Fantasiar é bom. Tem me feito bem.
Mas no fim, nada muda de verdade. Muda?

Você me mudou. Muito.
Sou grato por isso.

Eu te mudei acho. Você também é grato. Acho.
Mas no fim, estaremos igual no começo.
Nesse ciclo.
Por isso não gosto de ciclos.

A vida podia ser retilínia, com os altos e baixos.
O único alto é o topo do ciclo.
O único baixo sou eu descendo.

Nós não escrevemos nossa história.
Só marcamos com aquela tinta vagabunda de parque de diversão.
Depois de alguns banhos, sai.

E você esquece da montanha-russa que esteve comigo.
E talvez eu me esqueça de você.

Mesmo assim, estou aqui nesse quarto cinza, na mesma cadeira de sempre, só esperando você piscar na tela.

Eu sempre serei o amigo dos bons conselhos.
Aquele que você procura quando quer rever a vida.
E precisa tomar decisões.

E eu serei o que?

Eu serei outra pessoa.
Não mais eu.
Não mais você.
Talvez, ninguém mais.
Talvez. mais ninguém.

E no fim, bem no fim, só o cigarro queimando vai ser meu amigo.
Ele não piscou me dando esperança.
Ele não me fez fantasiar.
Ele não me engana.
Sempre disse que ia me ferrar.
E isso ele faz bem, pois ele foi feito pra isso.

Warmer than warm.

Um comentário:

MMs disse...

E deixamos de ser o que éramos pra nos tornarmos algo que não somos hoje, mas seremos amanhã...